O que são Finanças Comportamentais?
- Invista Hoje
- 1 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
O comportamento do homem com o dinheiro
Tendemos a achar que somos racionais em todas as nossas escolhas e decisões, sendo elas grandes ou pequenas. No intuito de sermos mais assertivos, mais racionais, somos emocionalmente levados a criar um planejamento.
Mas precisamos entender que mesmo quando planejamos, acontecimentos internos e externos podem tentar nos tirar do foco no percurso, a forma como controlamos nossas emoções e utilizamos a inteligência emocional, nesses momentos de crise é o que faz a diferença para o investidor.
Logo se controle emocional é entender o que se sente, inteligência emocional é reagir a como se sente, finanças comportamentais é o estudo para entender o porquê as pessoas agem da forma que agem com seu dinheiro, que fatores emocionais, cognitivos e culturais existem por trás da tomada de decisão.
Para entendermos melhor, teremos que relembrar o conceito da economia tradicional, onde considera que todos somos 100% racionais, temos acesso a todas as informações disponíveis e escolheremos a melhor opção dentre as alternativas presentes.
Segundo Richard Thaler, "Um problema importante na teoria econômica tradicional é que os economistas descartam qualquer fator que não influenciaria o pensamento de uma pessoa racional". Ele chama esses personagens de Econs - Seres altamente inteligentes capazes de fazer matemáticas complicadas e completamente sem emoções. Um personagem da ficção que ilustra bem os Econs é o Spock da série Star Trek.
Por essa ótica um Econ não se endividaria, não estouraria o limite do cartão, não seriam dominados pelo desejo do consumo em uma liquidação e também não entraríamos no movimento de manada que constantemente aparece no mercado. Surge então a seguinte pergunta: Se na ótica da economia tradicional somos como os Econs de Thaler, por que existem 12 milhões de famílias brasileiras endividadas atualmente? Por que é tão difícil para a maioria das pessoas economizar e juntar dinheiro?
Essas duas perguntas podem ser respondidas de diferentes formas, mas um fator importante que dever ser levado em consideração nessa discussão é a tomada de decisão, a forma como decidimos lidar com nosso dinheiro faz toda a diferença. Se decidimos ser mais econômicos teremos o controle de nossas finanças e não teremos dividas, se decidimos viver um pouco abaixo do que nossa condição permite teremos maior chance de realizar sonhos, por outro lado, se decidimos gastar mais do que temos, criamos dívidas, vivemos sem dinheiro e enrolados.
Então, por que não escolher a opção mais óbvia? A que trará o resultado mais positivo. O ramo de estudo das Finanças Comportamentais dirá que é por que o homem não é totalmente racional, contrariando o conceito da economia tradicional, pois ele será guiado por suas emoções e erros cognitivos no momento de tomar uma decisão.
Como homens comuns não temos capacidade mental e cognitiva para ver todas as variáveis relacionadas a determinada opção de escolha, por não termos acesso a toda e qualquer informação necessária para tomada de decisão, não conseguimos prever todos os riscos e oportunidades que uma determinada decisão nos oferece e, no intuito de resolver o problema que nos é apresentado decidimos baseados naquilo que sentimos e pensamos no momento.
Por isso, somos levados a tomar decisões ruins em momentos de pressão, somos facilmente iludidos pelo ganho rápido, pelo possível retorno alto na carteira ou seguimos o efeito manada em busca de pertencimento e não nos damos o benefício da dúvida de pensar que aquilo pode ser um péssimo caminho.
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